O atual prefeito de Cajazeiras do Piauí, Carlos Alberto Silvestre de Sousa, candidato à reeleição pelo Progressistas, e seu vice, José Alfredo Pereira Lima Junior, foram gravados em um vídeo comprometedor negociando a compra de um voto no município. No registro, os políticos oferecem R$ 4 mil e uma série de promessas futuras, em troca de apoio na eleição.
O material audiovisual, com mais de 42 minutos de duração, já foi apresentado à Justiça Eleitoral e se tornou um grande obstáculo para a coligação “O trabalho continua”, formada por PP, MDB e PSD. A gravação revela uma conversa detalhada entre os candidatos e um eleitor, que agora figura como testemunha no processo.
Entre as promessas feitas, além do dinheiro, estavam empregos para 2025, exames médicos, transporte em veículos, e até materiais de construção, itens que, em uma cidade pequena como Cajazeiras, têm forte impacto entre a população mais carente.
Outro fator agravante do episódio foi o desfecho da negociação: após o acordo, o eleitor tirou uma foto com os candidatos, que foi posteriormente divulgada nas redes sociais deles. A publicação tentou sugerir que o encontro era uma adesão espontânea ao projeto político dos candidatos, o que, com as provas em mãos, se revelou uma manobra enganosa para confundir os eleitores.
A repercussão política foi imediata. A coligação adversária “Brasil Da Esperança – FE Brasil”, composta por PT, PC do B e PV, encabeçada pela advogada Rosana Sara Araújo Carmo, entrou com uma Ação de Investigação Judicial Eleitoral (AIJE) contra os dois políticos. Na ação, a coligação pede a inelegibilidade de Carlos Alberto, José Alfredo e todos os envolvidos na prática ilícita, com a suspensão de suas candidaturas por oito anos.
Além da inelegibilidade, a AIJE solicita a cassação imediata do registro ou diploma dos candidatos, devido à utilização indevida do poder econômico na campanha eleitoral, o que, segundo a coligação, fere gravemente a lisura do processo democrático
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