O pedreiro que foi preso, nessa quarta-feira (25), após matar uma mulher no Cabo de Santo Agostinho, no Grande Recife, alegou que cometeu o crime em legítima defesa. A corporação, no entanto, aponta que o delito aconteceu porque a vítima se negou a ter relação sexual com o indivíduo, que então prosseguiu a golpeá-la com um facão.
“O homem confessou que a golpeou, mas alega que foi desmoralizado. Ele disse que estava com ela em um bar, que ela bebeu da aguardente dele e, então, jogou o copo com a bebida na cara dele. Ele também afirmou que ela estava com uma chave de fenda, tentou golpeá-lo, e, então, a matou por golpes de facão“, começou o delegado da Delegacia de Camaragibe, Carlos Couto.
“Isso, no entanto, não é o que aponta a investigação. Ele a atacou já em via pública, não deu chances de defesa para ela, e a golpeou tantas vezes que quase a decapitou. Ao chegar no local em que ela estava, ele também proferiu diversas ofensas e deixou claro que estava cometendo aquele crime porque havia sido rejeitado por ela, ainda no bar“, completou.
O crime aconteceu na noite de 3 de outubro de 2021, há quase três anos. O homem foi identificado como José Pedro Salomão, conhecido popularmente como “Oliveira”. Ele tem 57 anos e já é réu no sistema judiciário. Foragido, ele estava morando em Camaragibe há cerca de dois anos.
Luciana Maria do Nascimento, 35 anos, foi assassinada com golpes de facão no rosto e no pescoço. A Polícia Civil de Pernambuco disse também que a vítima quase foi decapitada pelo homem e que foi morta “em razão de sua condição de sexo feminino“, o que caracteriza o crime de feminicídio.
No dia do delito, Luciana estava conversando com uma vizinha, na rua Vinte e Oito, no bairro de São Francisco, quando o homem, que não teve a identidade divulgada, se aproximou. Ele, segundo a polícia, estava “visivelmente embriagado, sob os efeitos de álcool“. Em seguida, desferiu os golpes no pescoço da mulher, enquanto desferia ofensas. O criminoso precisou ser contido por um terceiro para que o ato terminasse.
“Enquanto isso ele deixava bem claro que estava ali por conta da rejeição por parte da vítima e por sua condição de mulher. Outras pessoas tentaram intervir, mas não conseguiam. Só quando apareceu um conhecido do assassino que ele disse o respeitava e que pararia. Eles fez isso e foi embora“, pontuou o delegado.
O homem só foi identificado e preso quase três anos depois do crime. De acordo com a polícia, a demora pode ter acontecido por conta de um problema no sistema.
“A gente conseguiu identificar que ele teria praticado o homicídio após ir a uma unidade médica depois de um acidente doméstico. Um fator preponderante para que não tenhamos achado ele antes é que o mandado de prisão expedido à época não estava disponível no Banco Nacional de Mandados de Prisão, provavelmente por erro do sistema. O indivíduo também mudou de casa, e era conhecido pelo apelido, o que também dificulta a localização“, explicou o delegado.
O indivíduo responde por homicídio qualificado por motivo fútil sem chance de defesa da vítima e por feminicídio.
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