Alguns mentirosos morrem camuflados, porém outros mais rasgados depois de terem se beneficiado financeiramente da mentira e já se sentindo bem confortáveis materialmente falando, a escancara como se fossem contra ela, quando na verdade chegaram onde chegaram por meio dela.
Já presenciei muitos mentirosos e mentirosas em ação.
Uns mentem mais do que outros, mas quase todos mentem, e o pior é que todos são ouvidos e mais do que isso, todos são impressionantemente bastante aplaudidos.
Desde Getúlio afirmando que seria necessário um estado de sítio para combater uma eminente insurreição comunista no famoso Plano Cohen até o juizeco do Paraná que prendeu um ex-presidente pela compra de um triplex que nunca foi comprovado que era dele, objetivando simplesmente chegar ao poder, temos inúmeros exemplos históricos de mentiras e sua funcionalidade como combustível para ascensão política.
No entanto, se por um lado, o uso da mentira tem se mostrado uma constante, é também inegável que ela assumiu uma forma particular no momento presente.
Vivenciamos uma espécie de pandemia de mentiras potencializadas por poderosas plataformas de divulgação e massificação daquilo que eufemisticamente se convencionou chamar de fake news.
Certo, quando seus redatores mau caráteres se vendiam, os jornais também mentiam, tanto quanto a televisão ainda mente, assim como o rádio e outros meios, de igual modo, mesmo que em uma proporção bem menor se quiserem podem fazer o mesmo, fato. No entanto os meios digitais parecem ter uma vantagem infinitamente maior sobre todas as outras mídias na arte de mentir. É como se um mentiroso contumaz encontrasse seu paraíso peculiar.
Estamos convictos que não é apenas a enorme capacidade potencializada de ramificação e contato direto com ouvidos receptivos que faz com que os atuais meios sejam poderosos veículos de mentiras. O verdadeiro culpado da mentira na política é a maldade do coração ambicioso do homem que apenas encontrou o mecanismo ideal para fazer seus disparos discretos, traiçoeiros e maléficos contra um bando de sentimentalistas radicais e ignorantes do tipo que se apaixona pelo ouvido, se impressiona pelos olhos e morre pela boca.
Não foi atoa que um desses atores da vida real disse: o vivo vive do trouxa".
Outro falou: para crescer na política brasileira tem que aprender mentir.
Agora porque eles pensam assim? _ Respondo: porque inúmeros de nós, melhor dizendo, a grande maioria que só não assume por ser feio assumir, detesta quem fala a verdade, mas facilmente se apaixona por quem sabe mentir.
Daí a inevitável pergunta.
Você ainda acredita em uma solução real para o problema da mentira na política do Brasil?
Enquanto você tenta encontrar uma resposta, por não encontrar outra saída eu simplesmente vou continuar sendo metade sonhador e metade ceticista.
Geraldo Silva
Radialista
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