Eventos em Brasília marcaram, nesta quarta-feira (13), os 20 anos de falecimento de Miguel Arraes (1916-2005) e os 11 de Eduardo Campos (1965-2014). Uma missa na Paróquia São Miguel Arcanjo e Santo Expedito e uma sessão solene na Câmara dos Deputados reuniram familiares e amigos dos ex-governadores. Em comum, as solenidades destacaram a atemporalidade do legado dos homenageados, marcado por condutas políticas que até hoje seguem promovendo inspiração.
Pela manhã, a missa foi conduzida pelo padre capelão militar Welbert de Oliveira, que falou da crença na vida eterna e da missão dos governantes. O pároco chamou de providência o fato de 13 de agosto ser também o dia de Santa Dulce dos Pobres, a primeira santa brasileira. Ele associou a vida dela, que foi “comprometida com o altruísmo, com o bem ao próximo”, ao papel de quem é eleito para governar. “A primeira missão do governante é o cuidado com a vida do povo”, comparou.
No início da tarde, no plenário da Câmara, uma sequência de discursos emocionados marcou a data. O prefeito do Recife e presidente nacional do PSB, João Campos, lembrou que, apesar de Arraes ter deixado o Governo de Pernambuco em 1998, políticas públicas implantadas por ele seguem sendo lembradas quase 30 anos depois. “Grande parte dos programas e das ações que hoje existem em Pernambuco tem mais de três décadas e vocês não têm ideia da quantidade de gente que, todos os dias, conta uma história ou faz um depoimento do que foi a presença dele na vida política de Pernambuco”, afirmou.
João Campos falou também da saudade do pai, Eduardo, e destacou o legado dele e de Arraes como um farol em meio aos desafios da atualidade. “Que a gente possa defender a soberania brasileira, não baixar a cabeça para arroubos autoritários, sejam eles vindos de nosso país ou de fora. Que a gente possa defender um povo livre e soberano, fazendo a luta popular que precisa ser feita e que todos nós que ocupamos espaços de poder façamos valer a história e o nome de Miguel Arraes de Alencar, que trabalhou muito, literalmente a sua vida, para que essas novas gerações tivessem um Brasil melhor”, disse.
Para o deputado federal Pedro Campos, líder do PSB na Câmara e também bisneto de Arraes, a homenagem “é justa e, acima de tudo, necessária”. “Lembrar de Arraes é lembrar de soberania nacional. Ele, que aprendeu com tanta dureza a amar o Brasil de longe, sendo proibido de estar no seu país, junto com boa parte da família, vivendo no exílio, aumentando seu amor pelo Brasil e com o entendimento de que seu país tem a vocação de ser uma nação soberana e que ela só nasce da soberania do povo, do direito de as pessoas terem um ponto de luz, uma renda e conhecerem sua história e cultura”, avaliou.
A sessão solene foi proposta pelas deputadas Maria Arraes (Solidariedade) e Lídice da Mata (PSB) e contou com a presença de senadores, deputados federais e estaduais, vereadores, dirigentes partidários e outras lideranças. Também foram lembradas as outras vítimas do acidente aéreo ocorrido durante a campanha de Eduardo Campos à presidência da República em 2014: Carlos Percol, Pedro Valadares, Alexandre Severo, Marcelo Lira, Marcos Martins e Geraldo Magela.
Ao final da sessão solene, foi realizado o descerramento da placa que oficializa a mudança do nome da sala do Colégio de Líderes para Sala de Líderes Miguel Arraes. A proposição, também da deputada Maria Arraes e aprovada em plenário, marca a perpetuação do nome do ex-governador e ex-deputado no Congresso Nacional, a casa de debates da política brasileira.
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