Há o temor de que a população de jumentos possa entrar em extinção nos próximos anos na região, caso a larga exportação se mantenha
O abate de jumentos no Brasil para exportação à China está suspenso pela Justiça Federal desde o dia 3 de fevereiro. Porém, três meses após a decisão, três frigoríficos baianos continuam ativos.
Em Amargosa, no Frinordeste, frigorífico que mais abate a espécie no Brasil, cerca de 14,4 mil animais foram mortos depois da proibição - o cálculo foi feito pela BBC News Brasil, levando em conta a média mensal de 4,8 mil jumentos abatidos no local antes da decisão, segundo dados do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.
O couro do jumento é exportado para a produção do ejiao, um produto da medicina alternativa que movimenta bilhões de dólares na China. Estudos apontam que o abate realizado apenas pelo Frinordeste pode ter gerado cerca de R$ 142 milhões nos últimos três meses.
Para retirar o couro do jumento, os animais são recolhidos da caatinga e de zonas rurais do Nordeste em grande escala, sem que haja uma cadeia de produção que renove o rebanho, como ocorre com o gado. Por isso, há o temor de que a população de jumentos possa entrar em extinção nos próximos anos na região, caso a larga exportação se mantenha.
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