Uma operação com quase 80 policiais e um helicóptero foi montada pela Secretaria de Defesa Social de Pernambuco (SDS-PE) para procurar Rosildo Gonçalo da Silva, suspeito de matar a esposa de 39 anos e duas filhas adolescentes, de 13 e 14 anos.
O triplo feminicídio aconteceu na cidade de Custódia, no Sertão do Estado, na madrugada de quarta-feira (16). Desde então, as forças de segurança do Estado mantêm trabalho ininterrupto em busca do homem. As vítimas estariam planejando fugir antes de serem mortas.
Cartaz com a foto de Rosildo e números de contato para informações sobre o paradeiro dele foi divulgado pela SDS-PE [veja mais detalhes abaixo]. Um mandado de prisão contra ele está em aberto.
A secretária de Defesa Social em exercício, Dominique de Castro Oliveira, que foi até o local para trabalhar na operação, disse que o crime não ficará impune.
Ela também afirmou que Rosildo Gonçalo da Silva tem histórico de violência familiar. As primeiras investigações da SDS-PE indicam ainda que as três vítimas estariam presas em um dos quartos da residência incendiada.
"É um crime de uma barbaridade tremenda. Não temos como confirmar se estavam amarradas ou não, mas não estavam com roupas condizentes com o período noturno. Elas vestiam calça jeans. A senhora teria dinheiro guardado junto ao seu corpo, o que nos indica que possivelmente havia tentativa de fuga", falou Dominique.
Na noite anterior ao crime, familiares de Rosildo receberam denúncias de abuso sexual cometido contra uma das adolescentes. "É possível que esta mãe tenha decidido não só denunciá-lo, como teria sido verbalizado, mas fugir com essas filhas e é possível que, a partir deste momento, tenha tomado essa decisão", completou a secretária em exercício.
Filhas adultas do procurado falaram à polícia que também foram vítimas de violência e agressões durante o período em que conviveram com ele.
A SDS-PE investiga se as três vítimas morreram por causa do fogo ou se foram mortas antes por Rosildo.
"A gente ainda não tem como confirmar. Em relação às adolescentes, o estado dos corpos e o fato de os vizinhos terem relatado que ouviram gritos de socorro, tudo indica que a morte se deu em razão ou da inalação da fumaça, ou do próprio efeito do fogo. Em relação à mãe, ainda há uma dúvida porque não se ouviu nenhum som; os vizinhos relataram que era uma mulher de personalidade forte, poderia tentar fugir, gritar, verbalizar alguma resistência. Ela pode, sim, ter sido morta antes"
Radiografias dos corpos não identificaram nenhuma perfuração de arma de fogo ou de arma branca, segundo Dominique de Castro Oliveira.
"Há um indicativo ainda não confirmado, que a perícia vai tentar confirmar, mas que também não é muito simples, dado o estado dos corpos, é que se essa vítima adulta foi morta antes poderia ter sido por esganadura", detalhou a secretária.
Um menino de 11 anos, também filho do casal, foi encontrado na casa de vizinhos na madrugada do crime. A guarda dele poderá ficar com familiares que moram em São Paulo.
"Temos informações de que existe ao menos uma avó materna. Inclusive, essa senhora, dez anos atrás, teve a guarda dessas crianças exatamente por maus-tratos e, por algum processo que ainda estamos tentando compreender, essa guarda foi devolvida e esses pais", pontuou Dominique, completando: "Tudo leva a crer que essa criança vá voltar para o seio familiar dessa avó materna".
As centrais telefônicas da Delegacia de Polícia de Arcoverde (87 9.8877-2180), do 3º BPM (87 9.8877-2123) e do Bepi (87 9.8877-3117) também estão disponíveis.
A secretária afirmou que Rosildo fugiu apenas com a roupa do corpo, o que indica que ele não tem acesso a dinheiro e telefone celular. "Estamos com total empenho. É um crime que chocou todos nós, da SDS, inclusive policiais com muitos e muitos anos de experiência. Desde que tomamos ciência, determinamos o máximo de esforço", declarou a secretária em exercício.
A Polícia Civil atua com três delegados na cidade, apoiados por escrivães e agentes que estão realizando as oitivas e instruindo o inquérito policial. Essas ações incluem esforços intensificados para localizar o suspeito.
"Em nome da Secretaria de Defesa Social, sendo mulher, sendo mãe, eu peço: se você tem alguma informação importante sobre algum caso de agressão a mulheres, denuncie. Mesmo que você não se sinta capaz de denunciar, mas, se você tem uma filha, uma amiga, uma prima, uma irmã, que você sabe que sofre violência, denuncie. Neste Estado nós não toleramos a violência contra a mulher", reforçou a secretária
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