A participação quilombola na COP30 é marcada por um forte ativismo para garantir visibilidade e inclusão efetiva nas negociações climáticas, denunciando o "racismo ambiental" e defendendo o papel crucial de seus territórios na preservação ambiental.
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| Entrega de carta de direitos climáticos a vereadora de Salvador Eliete Paraguaçu |
Em Afrânio, Pernambuco no Sertão do São Francisco, encontra-se o Quilombo Sítio Araçá, fundado por Seu Raimundo, um escravizado que fugiu da Guerra dos Canudos no século XIX. Ele cavou uma cacimba próxima a uma lagoa seca, ainda utilizada pela comunidade que agora está na sexta geração de descendentes de Raimundo.
A participação quilombola na COP30 é marcada por um forte ativismo para garantir visibilidade e inclusão efetiva nas negociações climáticas, denunciando o "racismo ambiental" e defendendo o papel crucial de seus territórios na preservação ambiental.
Principais Aspectos da Participação Quilombola:
Protagonismo Feminino: As mulheres quilombolas têm um papel central no movimento, reafirmando sua liderança na construção de uma transição ecológica justa e antirracista.
- Reivindicação por Inclusão e Voz: A Coordenação Nacional de Articulação das Comunidades Negras Rurais Quilombolas (CONAQ) e outras organizações têm cobrado a inclusão plena dos quilombolas nas discussões oficiais da ONU. Eles exigem ser reconhecidos como sujeitos coletivos de direito, com direito a voz e voto nos mecanismos de decisãoclimática, o que atualmente é limitado.
- Lançamento da NDC Quilombola: A CONAQ lançou a "NDC (Contribuição Nacionalmente Determinada) Quilombola", um documento que apresenta propostas concretas e cobra a inclusão das comunidades na política climática brasileira, evidenciando como a titulação dos territórios quilombolas contribui diretamente para a redução do desmatamento.
- Entrega de Documentos e Cartas: Lideranças quilombolas, em conjunto com povos indígenas e ribeirinhos, entregaram a "Carta da Aliança dos Povos Guardiões da Amazônia" às autoridades da COP30, pedindo protagonismo nas políticas climáticas e a demarcação e titulação de seus territórios.
- Visibilidade e Denúncia: A participação tem como objetivo dar visibilidade à sabedoria ancestral e às práticas sustentáveis que contribuem para a preservação da biodiversidade, além de denunciar o racismo ambiental e as violações de direitos humanos que sofrem devido à pressão do agronegócio e outros setores.

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