O Tribunal do Júri da comarca de Valença do Piauí condenou Leonardo Irving Daniel da Silva, 27 anos, a 31 anos de prisão. O homem é acusado de matar a filha de 1 ano, Nicolly Gabriel Daniel da Silva, com sete facadas na cidade de Pimenteiras (258 km de Teresina). O crime aconteceu em 21 de fevereiro de 2018.
A sessão do Tribunal do Júri teve início ontem(19) e terminou na madrugada desta quarta-feira (20). Os trabalhos foram presididos pelo juiz Franco Morette Felício de Azevedo.
Durante o julgamento, o acusado relembrou o dia do crime e voltou a confessar o assassinato, mas alegou que não lembra do momento em que desferiu as facadas na filha.
Leonardo da Silva pediu para ser condenado pelo Tribunal do Juri porque queria voltar para a penitenciária.
“Eu ainda vejo o sangue da Nicolly nas minhas mãos. Sangue inocente de alguém que não tinha nada a ver com a história. Morreu por um erro cometido pela mãe. Não estou pedindo ajuda de ninguém. Não quero que me soltem. Quero ser condenado e voltar para a penitenciária”, disse o acusado durante o julgamento.
Leonardo foi condenado com quatro qualificadoras: motivo fútil, torpe, meio cruel e mediante impossibilidade de defesa da vítima. Além disso, também foi reconhecida a causa de aumento de pena em razão da vítima ser menor de idade e o agravante em razão da vítima ser filha do acusado.
Foto: Redes sociais
Alvo era ex-mulher
Leonardo confessou à época do crime ao delegado de Inhuma, Daniel Araújo, que desde setembro de 2017 tinha planos de matar sua esposa após descobrir uma suposta traição. “Ele disse que pensava em matar ela e se suicidar em seguida, mas como eles terminavam e reatavam o relacionamento, ele acabava desistindo”, detalha o delegado Daniel.
O fato foi discutido no julgamento e Leonardo disse que no dia do crime só queria conversar com a ex-mulher.
“Ela me traiu com dois homens. Comprei essa punhal porque esses homens que ela me traiu estavam disputando ela. Comprei para me defender. Só andava com ele na cintura. Mas acabei usando para matar minha filha”, relembrou Leonardo.
Leonardo afirmou no Tribunal do Júri que desde que o crime foi cometido em 2018 tem sonhado com a filha e escutado vozes. Nos sonhos, o acusado diz que a filha aparece nos braços do avô.
“Ela já apareceu para mim duas vezes. Ela sempre diz: ‘Papa, eu te perdoo. Vá viver’. Mas eu não quero perdão. Eu não quero viver. Que graça tem?”, afirmou o acusado.
Quanto às vozes que escuta, Leonardo diz que elas sempre o questionam do porquê ele fez aquilo e que ele é um inútil. “Mas eu não sou doido não”, acrescentou Leonardo da Silva.
Nataniel Lima, Cidade Verde
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