Calculado pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), o índice de confiança do empresário do comércio (ICEC) se manteve em queda pelo quarto mês consecutivo. Com uma variação de -1,1%, o resultado saiu de 110,9 pontos em fevereiro para 109,7 pontos em março.
De acordo com a pesquisa, o setor com o maior impacto sobre a confiança foi o das empresas de médio e grande porte que possuem mais de 50 pessoas empregadas. Entre essas, o recuo foi de -7,0% entre fevereiro e março, caindo de 115,1 para 107,1 pontos. Já entre as empresas com menos de 50 pessoas empregadas, a queda foi menos intensa (-0,9%), passando de 110,8 para 109,8 pontos.
Na avaliação da Fecomércio-PE, apesar de ter registrado uma melhora substancial entre maio e novembro do ano passado após ser impulsionada pelo avanço da vacinação e aumento da circulação de pessoas no comércio, a conjuntura de expectativas inflacionárias em alta e de elevação dos juros na economia influenciaram a observação dos empresários sobre o ambiente de negócios neste primeiro trimestre de 2022. Como resultado, em quatro meses, a queda no índice de confiança foi de 5,2%.
Para a federação, dentro do comércio varejista, o nível de preços e as condições de acesso à crédito deverão impactar diretamente as relações de consumo nos próximos meses freando as intenções dos empresários quanto ao aumento de estoques e de mão de obra. Outro fator que deverá exercer pressão no setor é o aumento de custos relacionados à energia e combustíveis.
Entre os componentes do ICEC, apenas o subíndice referente às expectativas (IEEC) não sofreu variação negativa na passagem de fevereiro para março. No entanto, ficou praticamente estagnado, saindo de 137,4 para 138 pontos. No caso do subíndice que avalia as condições atuais (ICAEC), houve queda de 3,6% (de 96,6 para 93,1 pontos), revertendo a melhora observada no mês anterior. Já o subíndice que consolida a tendência das intenções (IIEC) dos empresários no curto prazo recuou timidamente (-0,5%), passando de 98,6 para 98,6 pontos.
O levantamento apontou que o recuo no componente das intenções de curto prazo foi influenciado pela percepção dos empresários com relação ao nível atual dos estoques. Com a inflação persistente e condições de crédito menos favoráveis ao consumidor, a maioria dos varejistas (92,2%) enxergam que a situação atual do estoque em loja está adequada (67%) ou acima da adequada (25,2%) em março, não havendo, portanto, perspectiva para mudança na composição de produtos nos estabelecimentos.
No sentido contrário, uma registrada uma leve melhora nas intenções de contratação no curto prazo, passando de 70,9% para 71,5% a proporção de empresários que têm perspectiva para aumentar o quadro de colaboradores nos próximos meses.
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