O governador Paulo Câmara teve uma conversa com o presidente eleito Luiz Inácio da Silva. Ocorreu na sexta-feira passada, em Brasília, antes do petista receber a senadora Simone Tebet (MDB), que ainda não tem lugar definido na Esplanada dos Ministérios.
Câmara e Lula também trataram de espaços no futuro governo. O PSB, do governador pernambucano, já emplacou três ministérios – Justiça, Portos e Aeroportos, Indústria e Comércio. A fatura de Lula com o partido no primeiro escalão, portanto, já está paga.
Restará a Câmara se contentar com o segundo escalão. Não se sabe o que Lula ofereceu. Há apenas especulações, entre as quais Banco do Nordeste e Codevasf. Historicamente, o BNB é da cota do PT cearense, sofre forte influência da esquerda cearense próxima ao presidente eleito.
Quanto à Codevasf, quem está de olho nela, por ter forte apelo político, orçamento graúdo e ações que vão além de irrigação no Nordeste, é o grupo partidário Centrão, integrado por mais de seis legendas, a quem Lula terá que contemplar com espaço generoso, sob o risco de sofrer derrotas no Congresso.
Diante disso, tudo leva a crer que Lula, que tem apreço pessoal por Paulo Câmara, ainda não tenha oferecido nada ao governador em razão de negociações que passam antes pelo Centrão, o MDB e até o PSD, do ex-prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab.
Dez mil cargos – Quando assumir o comando do Governo, o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva herdará da administração de Jair Bolsonaro 9.587 cargos comissionados para distribuir na Esplanada, sem contar instituições de ensino e agências reguladoras. Desse contingente, 60% das posições devem ser ocupadas por servidores de carreira e as demais estão liberadas para qualquer pessoa. Após negociar o loteamento de ministérios com partidos, para obter apoio no Congresso, esses postos podem entrar na partilha com a legenda ou ainda ser distribuídos a outras agremiações, se a gestão do ministério vier a ser compartilhada entre aliados.
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