A cerimônia foi aberta ao público, no Ginásio Constância Vieira (Foto: Kedma Ferr/TV Sergipe) |
Cerimônia acontece em ginásio de Aracaju e é aberta ao público
O velório da cantora Paulinha Abelha acontece nesta quinta-feira (24) em Aracaju, Sergipe, reunindo familiares, amigos e fãs. A artista morreu na quarta, aos 43 anos. Ela ficou famosa à frente do grupo Calcinha Preta.
A cerimônia foi aberta ao público, no Ginásio Constância Vieira, que tem capacidade para 7 mil pessoas - por conta da pandemia, o espaço está limitado a receber mil pessoas por vez.
Um segundo velório vai acontecer na sexta, das 9h às 14h, no Ginásio José Maria, em Simão Dias (SE), cidade natal da cantora. Já o enterro será restrito aos familiares e amigos e tem previsão de acontecer amanhã à tarde.
Hoje, o marido de Paulinha, Clevinho Santos, postou no Instagram uma homenagem para ela. "Eu te amarei pra sempre", escreveu ele na legenda de uma foto em que Paulinha aparece com asas de anjo. Eles estavam juntos desde 2018 e não tinham filhos.
Paulinha estava hospitalizada desde o último dia 11, quando passou mal após chegar de uma turnê em São Paulo. Ela apresentou problemas renais e ficou em coma. Comunicado oficial diz que Paulinha morreu às 19h26 de ontem, "em decorrência de um quadro de comprometimento multissistêmico". O hospital informou ainda que a cantora teve uma série piora no quadro neurológico nas últimas 24 horas, o que deu início ao protocolo do diagnóstico da morte encefálica.
Trajetória
Paula de Menezes Nascimento Leça Viana, natural de Simão Dias, em Sergipe, era uma das principais cantoras de forró eletrônico do país. Passou a receber destaque nacional na Calcinha Preta, banda que integrou em 1998, e onde foi a vocalista principal durante 12 anos, ao lado de Silvânia Aquino, Bell Oliver e Daniel Diau.
A carreira artística, entretanto, teve início quando ela tinha 12 anos, esbanjando simpatia como cantora em trios elétricos no interior do estado natal.
A partir daí, as idas e vindas foram muitas. Começou investindo em uma banda própria, durante três anos, a Flor de Mel. Depois, ingressou na Panela de Barro, onde permaneceu pelo mesmo período de tempo. Foi quando foi descoberta por Gilton Andrade, empresário e diretor da famosa banda de forró eletrônico, Calcinha Preta.
Participou da gravação de 22 álbuns e fez parte de sucessos como "Louca Por Ti", "Ainda Te Amo" e "Liga Para Mim". Foi também a época em que atingiu o ápice da popularidade, com "Você Não Vale Nada" como tema da personagem Carminha, interpretada por Dira Paes, na novela "Caminho das Índias", na TV Globo.
Ganhou ainda fama por suas performances sensuais no palco, com o sucesso do hit “Baby Doll”. Dançava e cantava de lingerie nos shows, como sugere a letra da música. Passou, com o tempo, a acrescentar discursos em defesa da liberdade sexual das mulheres durante a performance.
Toda a visibilidade a fez receber um convite para ser madrinha de bateria de uma escola de samba do Carnaval de São Paulo, a Pérola Negra.
"Minha amiga e fã da banda, Silmara, me apresentou para o pessoal da escola e surgiu o convite", contou Paulinha ao G1, à época. "É emoção e nervosismo ao mesmo tempo. O meu coração está a mil e eu estou feliz à beça, Ave Maria".
Em 2010, a cantora se desligou da banda para integrar o grupo GDO do Forró. Abandonou o projeto no mesmo ano para iniciar um com o então marido, Marlus Viana: a Dupla “Paulinha & Marlus”.
Voltou para a Calcinha Preta em 2014 e a deixou em março de 2016, junto com Silvânia Aquino desta vez. Iniciaram o trio Gigantes do Brasil, junto com Daniel Diau, que durou até a formação da dupla "Silvânia & Paulinha", em dezembro do mesmo ano.
Em postagem no Instagram há quatro dias, Silvânia foi uma das que pediu para que os fãs orassem pela amiga. "Meus amores, orem, rezem, intercedam por nossa abelha. Ela que nos enche sempre de alegria precisa de nossa corrente positiva de amor e intercessão", escreveu.
Em 2018, Paulinha retornou à banda em que mais fez sucesso, e não a deixou mais. Nela, ao longo dos anos, ganhou o coração de milhares de fãs. Prova disso é a criação da música que leva seu nome, “Paulinha”, lançada em 2008 e composta, dentre outros artistas, pelo empresário da Calcinha Preta.
Recém-casada, a cantora havia recebido uma carta de um admirador, na qual ele questionava o status de relacionamento da artista. "Essa música é de 2007, eu era recém-casada. O fã mandou uma carta e o empresário teve essa ideia de fazer uma versão. Na verdade é paródia, mas a gente chama de versão", contou Paulinha Abelha ao podcast "g1 ouviu".
Antes da doença a acometer, Calcinha Preta gravou um DVD de 25 anos, em fevereiro de 2020, e estava retornando à rotina de shows após meses sem apresentações por conta da pandemia.
Até a internação, o último compromisso do grupo foi a gravação do podcast Podpah, em São Paulo, no dia 8 de fevereiro.
Durante a entrevista, publicada no dia 9 de fevereiro, 14 dias antes da morte, Paulinha afirmou que se sentia mal. "Eu senti um 'passamento', um desmaio (antes da entrevista). Mas nada que o Podpah não resolva, está tudo ótimo. Qualquer coisa, se eu ficar tonta, eu vou ali. Mas comi igual a uma lontra, ontem jantamos um sushi maravilhoso", disse.
Calcinha Preta gravou um DVD de 25 anos, em fevereiro de 2020 (Foto: Reprodução) |
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