Bolsas de Valores da Ásia e da região do Oceano Pacífico são as mais prejudicadas (Foto: Reprodução) |
As Bolsas de Valores da Ásia e da região do Oceano Pacífico despencaram nesta quinta-feira (24), puxadas pelo início dos ataques da Rússia à Ucrânia, em meio a mais grave crise militar na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
O Hang Sang, índice da Bolsa de Valores de Hong Kong, fechou o dia em forte queda de 3,21% na sessão. Já o Nikkei 225, de Tóquio (Japão), e o SSE Composite, de Xangai (China), caíram 1,81% e 1,7%, respectivamente. Na Austrália, as perdas do ASX All Ordinaries chegaram a 2,95%.
Veja o desempenho de alguns dos principais índices asiáticos e do Pacífico:
S&P BSE Sensex, na Índia: -4,72%
Hang Sang, em Hong Kong: -3,21%
ASX All Ordinaries, na Austrália: -2,95%
KOSPI, na Coreia do Sul: -2,6%
Nikkei 225, no Japão: -1,81%
SSE Composite, na China: -1,7%
Jakarta Composite, na Indonésia: -1,48%
"As tensões russo-ucranianas provocam um possível choque de demanda [na Europa] e um choque maior no abastecimento para o restante do mundo, em vista da importância da Rússia e da Ucrânia para [o setor de] a energia", declarou Tamas Strickland, do National Australia Bank.
Tombo no mercado russo
As Bolsas de Valores de Moscou e São Petersburgo, na Rússia, suspenderam as operações para todos os tipos de negociação, "até novo aviso". Antes da interrupção, a primeira (MOEX) tombava mais de 30%.
Paralelamente, o Banco Central da Rússia decidiu intervir no mercado de câmbio após o rublo atingir sua mínima histórica em relação ao dólar. Às 11h (horário de Brasília), o dólar subia a 86,16 rublos, alta de mais de 6% frente ao valor de fechamento na véspera (81,19 rublos). Antes disso, a moeda americana chegou a superar os 90 rublos.
Europa também sofre
As Bolsas de Valores da Europa também operam em baixa na sessão. Por volta das 11h15 (de Brasília), as perdas dos principais índices do continente chegavam a mais de 5%, a depender do país. Neste momento, algumas das maiores quedas são registradas em:
Helsinki (OMX), na Finlândia: -5,49%
Dublin (ISEQ), na Irlanda: -5,32%
Frankfurt (DAX), na Alemanha: -4,9%
Paris (CAC 40), na França: -4,09%
Madri (MADX), na Espanha: -4,37%
Amsterdã (AEX), na Holanda: -3,11%
Londres (FTSE 100), na Inglaterra: -2,92%
Petróleo sobe
O preço do petróleo, que já vinha em alta em meio à tensão geopolítica, ultrapassou a marca de US$ 100 pela primeira vez em mais de sete anos, desde setembro de 2014. Às 11h20 (de Brasília), o barril de Brent subia 7,8%, a US$ 104,39, enquanto o petróleo WTI avançava 7,64%, a US$ 99,14.
Já em relação ao gás natural, o mercado de referência na Europa, o holandês TTF, era negociado nesta quinta (24) a 106 euros (cerca de US$ 118) por MegaWatt/hora (MWh), alta de quase 20% em relação à véspera.
Neste momento, é impossível apostar em qualquer cenário. Podemos apenas acompanhar de perto os últimos acontecimentos e estar preparados para mais volatilidadeIpek Ozkardeskaya, da SwissQuote, à AFP.
Ataque à Ucrânia
O presidente da Rússia, Vladimir Putin, foi à TV na madrugada desta quinta (horário de Brasília) para dizer que faria uma "operação militar especial" no Donbass, a área de maioria russa no leste da Ucrânia. Seu comando militar, porém, confirmou que "armas de precisão estão degradando a infraestrutura militar, bases aéreas e aviação das Forças Armadas ucranianas".
Posteriormente, o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky anunciou em discurso à nação o rompimento das relações diplomáticas com Moscou. Ele também adotou lei marcial em todo o território ucraniano — uma medida que altera as regras de funcionamento de um país, deixando de lado as leis civis e colocando em vigor leis militares.
O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, condenou a operação militar da Rússia na Ucrânia, que definiu como "não provocada e injustificada". Para o americano, Putin escolheu uma "guerra premeditada" e "que trará uma perda catastrófica".
"A Rússia sozinha é responsável pela morte e destruição que este ataque trará, e os Estados Unidos e seus aliados e parceiros responderão de forma unida e decisiva. O mundo responsabilizará a Rússia", disse Biden em comunicado enviado à imprensa.
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