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Admirável gado novo |
Vendo a corrupção sobrepor os interesses coletivos, os que tem mentes mais abertas quando percebem o espírito malandro de um determinado governante se gabar da sua capacidade de enganar, tratando o povo como mera massa de manobra, o senso crítico inteligente dos bons pensadores de imediato entra em ação.
Na canção de Zé Ramalho o senso crítico do compositor no que refere-se ao povo marcado, porém feliz, que passa a ideia de um entendimento curto que pode ser classificado como uma admirável vida de gado no quesito subserviência, de início já me ganha, além de conter estrofes letradas como: o povo foge da ignorância apesar de viver tão perto dela, bem como, o raciocínio inteligente que muito me encanta quando a ideia cantada que vou citar a seguir na minha visão é um despertar em relação ao dever como obrigação e não como mérito.
Ou seja, ele diz: a vigilância cuida do normal. O que eu extraio disso? _ Então, a gente se encanta com o que a nossa míope visão consegue enxergar a curta distância e por incapacidade de pensar acreditamos que já sabemos de muito quando não sabemos na verdade é de quase nada. Ou seja, sentimos+os seguros por conta de uma suposta vigilância que não impede em absolutamente nada a investida de um criminoso contra a gente porque o papel dela não é cuidar da gente, mas apenas do que já é normal.
A música é um misto de crítica à exploração do trabalho e à manipulação psicológica e intelectual.
Todo governo central e autoritário se encarrega de manter a população manipulada, todavia feliz o tempo todo.
Segundo o livro admirável mundo novo de Aldous Huxley os seres humanos são divididos em castas, e uma delas — a mais baixa — que é biologicamente fabricada para servir, fazer o trabalho pesado, sem reclamar e sem sequer ter qualquer consciência sobre o quão injusta é a situação.
E foi dessa história que veio a inspiração para o uso da palavra gado, afinal, é isso que o gado faz no campo: apenas obedece, ainda que inconscientemente.
Trazendo para a realidade dos atuais cegos babões, faz referência aos políticos que se gabam de suas expertises e em um paralelo com o campo, o compositor retrata a realidade dos seguidores que aceitam ser marcados com suas marcas de domínio, a ponto dos marcados serem notados em qualquer lugar que tem um dono e que a ele obedece, por ele briga como um povo carimbado, usado como um material descartável, mas o tempo todo feliz.
Nas fazendas, existe o hábito de marcar o gado com o ferrete, um instrumento de metal que é aquecido até ficar em brasa e depois é prensado contra o couro do animal.
Assim, a queimadura com as iniciais do dono identifica o rebanho e organiza o domínio do fazendeiro. Depois desse processo, diz-se que aquele é um gado marcado.
E por aí vai, enquanto a vigilância está la fora cuidando da normalidade para garantir que tudo e todos estão sob controle do governo e a vida seguindo dentro do esperado, essa massa manobrada pelos espertos desprovida de um bom e inteligente senso crítico, presa na rotina dos Marias vão com as outras, mesmo agindo de forma contrária sem perceber que está sendo usada, ainda tem a capacidade de sonhar, querendo fugir da ignorância mas ao mesmo tempo não conseguindo por falta de consciência se distanciar dela. Ou ou ouuuu vida de gado!
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