Irã classifica ataque de Israel como ‘declaração de guerra’ e diz que Teerã ‘não terá limites’ em resposta
Em carta enviada ao Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) nesta sexta-feira (13), o ministro das Relações Exteriores do Irã, Abbas Araghchi, classificou os ataques israelenses ao país como uma “declaração de guerra” e solicitou ação imediata do órgão internacional.
Após os bombardeios de Israel, iniciados na madrugada desta sexta contra alvos militares e nucleares, o Exército iraniano declarou, em comunicado, que Teerã “não terá limites” na sua resposta ao ataque, afirmando que “o regime terrorista que ocupa Al Quds (Jerusalém) cruzou todas as linhas vermelhas”.
O Irã acusa Israel de violar a Carta da ONU e exige que o Conselho de Segurança oponha-se ao que chama de “agressão”. O diretor-geral do organismo de vigilância nuclear da Organização das Nações Unidas (ONU), Rafael Grossi, afirmou nesta sexta-feira (13) que as instalações nucleares “nunca devem ser atacadas”. Ele pediu às partes “moderação máxima para evitar um agravamento maior”.
De acordo com o governo israelense, o ataque foi direcionado contra alvos relacionados à indústria nuclear iraniana, sob o argumento de que o país estaria próximo de conseguir uma arma nuclear. O país nega as acusações de Israel e afirma que o urânio enriquecido é utilizado para abastecer usinas nucleares que fornecem energia elétrica à população.
A ação das forças israelenses ocorre após o fracasso das negociações sobre o tema entre Irã e Estados Unidos.
EUA pressionam
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, se pronunciou sobre o conflito nesta sexta-feira. O estadunidense, em tom de pressão, disse que o Irã deve “fechar um acordo” e alertou que, em caso contrário, haverá mais “morte e destruição”, citando “ataques já planejados”.
“Já houve muita morte e destruição, mas ainda há tempo para fazer com que este massacre, com os próximos ataques já planejados sendo ainda mais brutais, talvez”, escreveu Trump em sua plataforma Truth Social.
“É preciso que o Irã feche um acordo, antes que não reste nada… APENAS FAÇAM, ANTES QUE SEJA TARDE DEMAIS”, acrescentou.
Irã rechaça acordo com EUA
No último dia 4, o Brasil de Fato acompanhou in loco o pronunciamento do líder supremo do Irã, aiatolá Seyyed Ali Khamenei, que rechaçou de forma dura os termos apresentados pelos EUA para o acordo. O governo Trump exige que o Irã abandone o enriquecimento de urânio, considerado peça chave na indústria nuclear.
A resposta de Khamenei foi direta: “Eles não podem fazer droga nenhuma a respeito”, declarou, inflamando a multidão que lotava o Mausoléu de Ruhollah Khomeini, líder da revolução islâmica.
“A proposta (sobre o programa nuclear iraniano) apresentada pelos americanos é 100% contrária ao lema ‘nós podemos’”, declarou o aiatolá Khamenei, em referência aos pilares da Revolução Islâmica de 1979 sobre a independência do país.
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